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A experiência de visitar uma tribo indígena

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A experiência de visitar uma tribo indígena

Olá!

Estou muito feliz de escrever o meu primeiro post para o Delícia de Blog! Para os que não me conhecem, me chamo Paulo del Valle, sou um Instagrammer Profissional e Fotógrafo do Rio de Janeiro. Venho fazer parte do time de colaboradores do Delícia para falar um pouco sobre as viagens que faço e também sobre fotografia.

Na semana passada visitei o Panamá a convite da autoridade de turismo do país chamada VisitPanama. Achei o país lindo e tive experiências que jamais esquecerei. Nesse post venho falar sobre uma dessas experiências incríveis, que foi visitar uma tribo indígena DE VERDADE!

Nessa viagem com o @VisitPanama, o itinerário era surpresa. Eles só anunciavam o que eu ia fazer no dia seguinte pelo Twitter na noite anterior, o que foi bem divertido! Eu ficava sempre ansioso pra saber o que eu faria no dia seguinte. Quando soube que visitaria uma tribo indígena, comecei a pensar nas possibilidades. Isso é coisa de fotógrafo, eu acho, pois começo sempre a pensar nas fotos que quero fazer sem ter ao menos conhecido o lugar. Minha cabeça ficava só fantasiando.

Fomos de van para uma região do Panamá chamada Colón, onde paramos para pegar um barco até a tribo. Desci da van e 3 índios nos esperavam com 2 barcos e vários coletes salva-vidas. Na minha cabeça, eu ficava imaginando se eles seriam indíos “mesmo” ou se seria alguma tribo mais moderna que vestiam roupas normais, como nós. Ali foi o meu primeiro contato e eles eram índios MESMO, com pouca roupa e pele pintada!

Índio panamenho guiando nosso barco. Os barcos tinham motor elétrico, o que nos ajudou a chegar lá mais rapidamente.
Índio panamenho guiando nosso barco. Os barcos tinham motor elétrico, o que nos ajudou a chegar lá mais rapidamente. Moderno, né?
Capitão do barco
O capitão ficava na frente do barco com uma espécie de cajado de madeira na mão e um facão nos pés.

Demoramos cerca de 15 minutos no barco até chegar à vila deles. No caminho para lá, vimos vários animais selvagens como crocodilos, tartarugas, águias e macacos. Um pouco antes de entrar na vila, vimos um macaco em uma árvore e os índios pararam bem perto. Eu fiquei um pouco receoso, pois nunca tinha chegado tão perto de um macaco na minha vida. Paramos o barco e o macaco rapidamente se pendurou no galho para brincar com o índio capitão. Eu tomei coragem, me aproximei, estendi a mão e o macaco veio pegar nela. Peguei a câmera na hora e registrei aquele momento incrível! Eu não estava acreditando que aquilo estava acontecendo comigo! Foi um dos momentos mais inesquecíveis que já passei em uma viagem e acabei fazendo uma das minhas fotos preferidas:

Segundo o índio, o nome do macaco é Leo e vive sempre ali. Apesar dele parecer pequeno, ele é quase do tamanho de uma pessoa.
Segundo o índio, o nome do macaco era Leo. Apesar dele parecer pequeno, ele é quase do tamanho de uma pessoa.

Quando chegamos na vila indígena, eu pude ver o nome da tribo, que ficava bem grande na entrada. Logo ali, todos os índios da tribo estavam alinhados em um semi-círculo cantando para nos receber.

O nome da tribo é Embera Quera, que na língua deles significa "Perfume Embera".
O nome da tribo é Embera Quera, que na língua deles significa “Perfume Embera”.
Fomos recebidos com muita música e animação.
Fomos recebidos com muita música e animação.

Após toda a recepção, o principal líder da tribo, que era o mesmo capitão do nosso barco, nos levou para a sombra e falou um pouco sobre eles. Nos explicou que a tribo estava ali há 8 anos e que eles tinham mais de 50 famílias naquela vila. Eu fiquei impressionado como ele falava inglês super bem! Logo ao lado havia uma grande tenda que era o mercado artesanal deles, onde cada família tinha uma mesa pra vender os produtos que criavam artesanalmente. Os homens esculpem a madeira e as mulheres produzem acessórios com fibra das árvores locais e miçangas que eles compram na cidade.

Mercadinho de artesanato. Cada família tinha a sua mesa para vender os seus produtos.
Mercadinho de artesanato. Cada família tinha a sua mesa para vender os seus produtos.
Eles vendiam principalmente coisas para casa e bijouterias feitas com missanga e nylon.
Eles vendiam principalmente coisas para casa e bijuterias feitas com miçangas e nylon.

Apesar da moeda do Panamá ser a Balboa, eles aceitam Dólares americanos também, pois a conversão é de 1 pra 1. O país teve grande influência do Estados Unidos durante todo o domínio americano do Canal do Panamá, que durou muitos anos. Centenas de bases militares americanas foram instaladas no país e hoje eles têm uma população americana no país de dezenas de milhares de pessoas. Por isso, os indígenas aceitavam dólares e o preço dos produtos normalmente variavam entre US$20 e US$50. Algumas peças de decoração muito detalhadas, feitas de uma madeira de alta qualidade e rígida chamada Cocobolo, custavam até US$100, com animais super reais esculpidos, como lagartos, aves e tartarugas. O talento deles é incrível!

Tenda do mercadinho artesanal das famílias indígenas
Tenda do mercadinho artesanal das famílias indígenas

O líder nos explicou que aquela tribo ali foi criada para promover o turismo indígena, então toda a sua atividade é feita para receber turistas. Durante as horas que passamos por lá, vimos mais dois barcos chegarem com turistas que ficariam hospedados ali. ISSO MESMO! É possível ficar hospedado nessa tribo indígena e ter a experiência completa! Eles têm duas cabanas feitas para hóspedes e a coisa toda funciona como se fosse um hotel. Demais, não?

Exemplo de cabana para turistas que desejam se hospedar na tribo Embera.
Exemplo de cabana para turistas que desejam se hospedar na tribo Embera.

Comecei a andar pela tribo, fotografar e observar como eles vivem. As mulheres ficam cozinhando e criando mais produtos artesanais, como as bijuterias e objetos para casa e os homens ficam esculpindo objetos de madeiras, criando instrumentos musicais e carregando coisas pesadas.

Esta faca de madeira estava sendo esculpida ali na hora.
Esta faca de madeira, feita de madeira Cocobolo, estava sendo esculpida ali na hora.

Um dos homens me chamou muita atenção. Ele estava treinando com uma lança e fomos conversar com ele. Acredita que ele ganhou medalha de ouro nas Olimpíadas Indígenas que ocorreu no Brasil? Eu fiquei super impressionado, pois eu não fazia ideia de que existia tal competição. E a coisa é mundial, pois ano que vem ela será no Canadá! Espero que eles coloquem mais roupas pra aguentar o frio de lá! hahaha! 🙂

Medalha de ouro nas Olímpiadas Indígenas que aconteceu no Brasil
Medalha de ouro nas Olímpiadas Indígenas que aconteceu no Brasil

O botânico da tribo, que pra mim era mais um guru/mestre/médico, nos levou para dar uma volta pela vila para nos mostrar tudo que eles tinham plantado. Fiquei impressionado como ele sabia de tudo. Ele era mesmo tipo um médico da tribo, pois sabia o que cada planta fazia para curar diversas doenças. Tinha até plantas que serviam como Viagra!

O botânico da tribo nos mostrou também a escola onde as crianças estudam.
O botânico da tribo nos mostrou também a escola onde as crianças estudam.

As crianças estudam na tribo até os 18 anos e dali saem para uma educação mais avançada na cidade, onde alguns buscam entrar em uma universidade e vão morar com outros familiares. Ele explicou também como funciona a escolha do líder da tribo, que é feita de 5 em 5 anos através de uma votação em 2 filas. A fila que ficar maior representa o vencedor da “eleição”. Simples e eficiente, não? O mais interessante é que o voto é aberto.

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O botânico nos mostra a fruta usada para a "tinta" que eles usam para se pintar no rosto e no corpo.
O botânico nos mostra a fruta usada para a “tinta” que eles usam para se pintar no rosto e no corpo.
Pela primeira vez vi uma planta de Orégano. Acredite, eu queria ficar o dia todo com a cara no pé de orégano sentindo aquele cheiro que me lembrava pizza.
Pela primeira vez vi uma planta de orégano. Acredite, eu queria ficar o dia todo com a cara no pé de orégano sentindo aquele cheiro que me lembrava pizza.

Claro que o cheiro de orégano me deu fome, mas foi bem na hora do almoço. Descemos para a tenda principal e eles vieram com uma grande bandeja de metal com vários cones feitos de folha de bananeira. Dentro do cone tinham um pedaço de tilápia empanada, banana frita e um pedaço de limão.

O peixe feito por eles estava delicioso!
O peixe feito por eles estava delicioso!

No fim do nosso dia por lá, eles fizeram uma dança pra todos os hóspedes. Todos estavam muitos felizes e em sincronia. Os homens tocando os instrumentos e as mulheres dançando com seus tops que eram feitos com moedas e davam um som especial às músicas.

As meninas representavam o voo de um pássaro em uma de suas danças apresentadas.
As meninas representavam o voo de um pássaro em uma de suas danças apresentadas.
Casal indígena em sintonia durante a dança em que todos puderam participar, inclusive eu!
Casal indígena em sintonia durante a dança em que todos puderam participar, inclusive eu!

Tive um dia incrível visitando a tribo Embera. É uma daquelas experiências que tem impacto na sua vida e fazem você ver a vida com uma outra perspectiva, dando valor para as coisas mais simples. Eles vivem de uma forma incrivelmente simples e eficiente e são muito felizes assim.

Caso você esteja pensando em ir para o Panamá, o que recomendo muito que você faça, aconselho muito a fazer esse tour pela tribo. Achei um site que faz o tour tanto para passar o dia lá, como fizemos, como para passar a noite. O preço fica a partir de US$350 para uma pessoa e o valor vai caindo com mais pessoas. Dá uma conferida lá no Embera Village Tours!

Espero que tenham gostado do meu primeiro post aqui no Delícia! Volto na semana que vem pra falar um pouco mais sobre o Panamá. Tenho certeza que você vai achar incrível também e vai colocar na sua lista de destinos! 😉

Confira mais algumas fotos que fiz por lá:

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Author: Paulo del Valle

Instagrammer Profissional e Fotógrafo. Ama viajar, tirar fotos e contar uma boa história.

1 comment

  1. Legal! Gostei muito do texto e das fotos…eu conheço muito bem esse universo e voce traduziu direitinho o que a gente sente nesses lugares mágicos. Na Flona do Amapá tem a Maria, que é da mesma espécie que o Leo e também interage com a gente. ..passa lá! rss

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