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Capitão Fantástico e uma reflexão sobre a vida

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Capitão Fantástico e uma reflexão sobre a vida

Se você ainda não assistiu Capitão Fantástico, assista. É o tipo de filme que toca a gente na alma, nos inspira e nos faz refletir sobre coisas importantes da vida. Tanto inspirou que senti vontade de compartilhar com vocês aqui um pouco do que passou pela minha cabeça ao sair do cinema (e antes de dormir, e no banho, no dia seguinte, no outro…). Não vou contar spoiler, mas se você é daquele que gosta de ver o filme sem nem saber do que se trata direito, pare por aqui e volte depois de ver.

A história gira em torno da família hippie “comandada” pelo pai, um cara fantástico (dur) e com uma ideia de mundo muito linda. Ele e os seis filhos vivem na floresta, caçam e plantam seus alimentos, seguem rotinas rígidas de exercícios e estudos, tudo ali, meio isolados do mundo. São crianças extremante preparadas para sobreviver na selva, buscar alimento, com um condicionamento físico incrível e inteligentíssimas. Mas, ao mesmo tempo, incapazes de viver em sociedade da forma como nós vivemos. Não são pequenos “moglis”. Mas são pessoas que nunca ouviram falar de Nike, que nunca comeram industrializados, nunca viram TV ou tiveram contato com tecnologia. São inaptos.

A vida no mundo moderno

O primeiro pensamento que me ocorreu foi justamente esse: como que crianças tão inteligentes, bem educadas e capazes pra viver num mundo “natural” são despreparadas pro mundo real que a gente criou. Como o homem moderno complicou as coisas, né? Ao ver o contraste entre o estilo de vida deles e o do americano “normal”, é inevitável não se incomodar de cara com a quantidade de shoppings, fast foods, games alienantes, distrações do mundo virtual. Uma menina de oito anos que viveu na floresta com natureza e livros sabe muito mais sobre história do que um menino de 14 anos que cursa o colegial. Essa cena acontece em Capitão Fantástico, é plausível e é um tapa na cara. Estamos emburrecendo? Ou, melhor, estamos focando nossa atenção e esforço em coisas que realmente valem a pena?

Eu saí do cinema com essa questão martelando muito forte na minha cabeça. Claro que não estou falando em me mudar pra floresta, mas sim repensar meus hábitos de consumo e, muito importante, repensar se o que eu faço no meu tempo livre me agrega algo. Vivo em uma sociedade que não me permite abrir mão de certas coisas, como meu smartphone (que uso pra trabalho) e minha aparência que, querendo ou não, também é um instrumento de trabalho. Não vou sair por aí toda destrambelhada e esperar fechar muitos negócios.

Mas tem muita coisa que posso sim abrir mão, ou reaproveitar. E há coisas mais inteligentes que eu posso fazer com meu tempo, como escrever aqui neste blog, por exemplo. Posso não estar salvando o planeta, mas estou evoluindo a cada palavra que escrevo, a cada livro que leio, a cada endorfina que libero ao me exercitar, a cada refeição natural que faço pra nutrir meu corpo. Porque é tão fácil esquecer dessas coisas e passar a noite no sofá comendo salgadinho e vendo reality shows?

Ser simples pra ser melhor

A cultura do consumo faz parte da nossa vida desde sempre, e é realmente muito difícil parar um minutinho pra refletir sobre o que estamos fazendo, pra onde estamos indo e por quê. Pra mim, o grande desafio é esse. Sair do modo automático e questionar sempre as nossas atitudes, não só quando a gente sai do cinema depois de um filme inspirador como Capitão Fantástico. Quero fazer com que essa reflexão perdure e seja cada vez menos um pensamento bonito e cada vez mais um estilo de vida. Simples. Cheio de significado. Dá pra viver assim, mesmo em sociedade. Vamos tentar?

PS.: Se você quiser saber mais sobre o filme, dê uma espiada na página do IMDB e nessa resenha do Adoro Cinema.

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Author: Raíra Venturieri

Raíra Venturieri é jornalista, roteirista, escritora, filósofa de boteco e sim, bem tagarela. Foi repórter do Guia Quatro Rodas e tem matérias publicadas nas revistas Viagem e Turismo, Host & Travel e Viaje Mais, entre outras.

4 comments

  1. Quero ver…aposto que vou me reconhecer nesse meio-mato-meio-urbano…

    1. Raíra Venturieri disse:

      Hahaha tenho certeza de que vai reconhecer muita coisa! Me conta quando assistir! 🙂

  2. Fiquei com muita vontade de ver! Antes de você falar, nem sabia da existência do filme. Quando ver te conto!

    1. Raíra Venturieri disse:

      Vai gostar, Bibi! É sua cara!

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