A banca ficou mais bonita. A Editora Abril acaba de publicar o Guia Brasil 2014, famoso Guia Quatro Rodas, fruto de quase um ano inteiro de pesquisa. Dediquei tempo, amor, saúde e sangue a este projeto. Haha! E terminei a missão com mais saúde e amor do que quando comecei. Quer saber como foi?
A equipe de texto é composta por repórteres, editores e estagiários. A função da turma da reportagem era revisitar as principais cidades do Brasil (e são muitas!) para testar hotéis, reavaliar restaurantes, conhecer passeios e descobrir novidades. Tudo à paisana. Nos comprometemos a experimentar os estabelecimentos da mesma forma que você, leitor, vai experimentar – sem cortesias ou tratamentos especiais.
O lado bom é que temos a oportunidade de cair na estrada, conhecer um monte de lugar diferente e provar comidas incríveis. Somos motivados por comida, é claro. Mas também tem o lado ruim: passamos por todos os perrengues possíveis e imaginários para evitar que vocês passem por eles também.

A “rotina”é mais ou menos assim: alternamos um mês na estrada com um mês na redação, produzindo o conteúdo. Nesse tempo de viagem, cumprimos uma lista de testes e visitas e inventamos novos testes e visitas. E, em cada estabelecimento, preenchemos uma ficha com considerações e damos notas para vários quesitos. Acredite: é bastante trabalho.

Eu cheguei a fazer três viagens pelo guia. Parece pouco, mas não é – somam quase três meses de estrada, sozinha. Dirigindo carros alugados, comendo de tudo, passando por caminhos desconhecidos e adormecendo todo dia com a ficha de avaliação na mão.
Teve uma vez que arranquei o retrovisor do carro, em uma cidadezinha do Alagoas. Em outra ocasião, pisei em um prego enferrujado no Pará e tive que tomar vacina antitetânica. Algumas vezes o carro atolou e, em outras mais, o restaurante testado (e excluído) me causou um belo mal estar. Pelo menos emagreci em meio à comilança…

Mas, por outro lado, conheci praias desertas incríveis, naveguei por mangues, montei em búfalos, provei os melhores restaurantes da minha vida e aprendi a dirigir de verdade. Foi uma experiência incomparável, que me exigiu independência, dedicação e criatividade. E posso falar? Ficou bom demais. Tenho muito orgulho de ter feito parte da história do Guia Quatro Rodas, que ano que vem completa 50 anos como grande (e único) exemplo de jornalismo de viagem especializado, imparcial e independente.


E agora que você sabe como o guia é (bem) feito, já pode correr pra banca, certo? Ou você quer viajar sem as dicas que passamos o ano inteiro descobrindo pra você?
Eu não arriscaria 🙂