Se você tiver a oportunidade de conhecer essa parte do Chile, tenho uma dica imperdível. A nossa trilha pelos lagos de Llanada Grande foi uma das experiências mais lindas que já tive na natureza! O percurso de 7 horas não é pesado, pois alterna partes de caminhada (num total de 11km) com travessias de barco. Por cada lago cristalino! Claro que a organização é fundamental aqui. Nossa guia, a Andrea da Katarata, organizou o horário exato com cada barqueiro para que eles sempre estivessem prontos quando a gente chegasse nos lagos.
O percurso da trilha
Nossa caminhada começou por uma fazenda, como quase todas as trilhas por ali. Foi o nosso último contato com um banheiro público, inclusive, então fica a dica: sempre leve papel higiênico e saquinhos para aventuras assim. Depois do estranhamento inicial, eu juro que fazer xixi no mato pode ser muito libertador. Hahahaha! Por ali, não tem o menor perigo de alguém ver.
Em nossa travessia, cruzamos três lagos de barco: o Lago Azul, o Lago Las Rocas e o Lago Inferior. Como fomos na primavera, antes da alta temporada, éramos os únicos turistas por ali. E demos muita sorte, aliás, porque pegamos um clima ótimo e isso costuma acontecer só mesmo na temporada de verão. Nas demais épocas do ano, chove bastante e faz frio, por isso o timing é fundamental nessa viagem.
Como a região tinha acabado de passar por um período de chuva densa, os lagos e rios pelo percurso estavam bem cheios. Em algumas partes, tivemos que improvisar pontes com pedras e troncos para atravessar. Me senti Indiana Jones! Ajudou bastante o fato de estar com botas impermeáveis – eu uso a Yellow Boot da Timberland -, já que alguns trechos estavam com lama.
Mas em geral, foi um trilha tranquila. A maior parte era plana e, depois de trechos com mata mais fechada, sempre tinha alguma fazenda ou campo gostoso pra fazer uma paradinha, ver as vaquinhas (hahaha), voar o drone e descansar. Viagem com fotógrafo é assim, não pode fazer com pressa! Todas as fotos desse post, aliás, são do Paulo del Valle.
Durante essas paradinhas, aproveitávamos para beliscar os lanches que o próprio lodge forneceu pra gente. Tínhamos sanduíches de salmão (que lá é maravilhoso!), de porco, chocolates, barrinhas e água, é claro. Trilha com luxo e opulência!
Passeio para todos os níveis
Foi uma experiência gostosa e confortável, até pra quem não tem o costume de fazer trilhas longas. Há outras opções de trilhas pelos lagos de Llanada Grande com nível maior de dificuldade, mas essas deixamos pra próxima (hehehe). A minha maior recomendação é que você vá com um guia, que conhece bem a região, sabe os caminhos e tem contato com os barqueiros. Há muita água por ali, tanto os lagos quanto rios menores, e pode ser complicado atravessar se você não souber bem por onde está indo.
Depois do dia de muita caminhada, encerramos com um merecidíssimo jantar no Llanada Grande Lodge. Com direito a locos (o fruto do mar típico do Chile), calorzinho da lareira (fazia muito frio à noite!) e ofurô quentinho com vista para o céu estrelado. Melhor que isso não fica!
Depois da nossa aventura em Llanada Grande, voltamos à Santiago pra explorar o litoral próximo à capital. Nos próximos posts, contei sobre Valparaíso e Viña del Mar. Clique nas cidades para ler!
Leia os outros posts sobre o Chile no blog. 🙂
Raira Venturieri viajou em parceria com o Chile Travel, escritório de turismo do Chile