Você já ouviu falar em microinfluenciadores? Há um tempo falei no meu YouTube sobre influenciadores, se isso é mesmo profissão e como funciona esse universo. Você pode assistir o vídeo aqui.
Mas hoje quero falar sobre microinfluenciadores, pessoas como eu, talvez como você, que têm menos de 100 mil seguidores nas redes sociais mas que podem oferecer muito valor pra marcas.
Antes de mais nada eu queria definir melhor esse termo, porque “microinfluenciador” é ainda mais novo que “influenciador”.
Eu conheço microinfluenciador com 5 mil seguidores que trabalha com redes sociais e ganha algum dinheiro e microinfluenciador com quase 200 mil seguidores que faz permuta. Então sim, é uma bagunça. Mas, via de regra, pra facilitar o papo, vamos colocar no mesmo balaio criadores e influencers que têm entre 10 mil e 100 mil seguidores nas redes sociais.
Parece pouco pra números de rede social, quando parece que todo mundo conhece alguém com 1 milhão de seguidores. Mas pára pra pensar: 50 mil seguidores, por exemplo, é gente para caramba! Eu, que sou jornalista, já trabalhei em revista conhecida com tiragem menor do que isso. Então alguns milhares de seguidores é um alcance relevante sim!
Sem contar que 50 mil seguidores que adoram, acompanham e copiam seu ídolo é uma audiência muito mais relevante que leitores de uma revista, que estão habituados a pular os anúncios sem prestar a menor atenção.
Microinfluenciadores em números, macro em engajamento

Mas quer um dado ainda mais importante? Microinfluenciadores têm cerca de 4x mais engajamento que celebridades e influenciadores grandes. Isso porque eles tendem a fazer parte de um nicho ou comunidade muito mais específico, ao contrário do famoso que tem uma audiência mega diversificada – o que dificulta muito a publicidade direcionada.
Então digamos, por exemplo, que uma corretora de investimento planeje uma ação com influenciadores. Faz mais sentido pegar 10 microinfluenciadores que falam sobre finanças e emprendedorismo em vez de gastar o mesmo valor com uma influencer grande que fala de lifestyle e tem um público heterogêneo demais.
Sem contar que, aí, já entra uma janela de oportunidade. Por ser uma profissão bem nova, muitos microinfluenciadores não têm ideia do poder que têm pra gerar negócios. E, por isso, acabam cobrando muito pouco ou até mesmo aceitando permuta para divulgar empresas e produtos.
Então, já que quem acompanha meu conteúdo se beneficia sempre, eu vou dar a dica pros dois lados: se você tiver uma marca, aproveite o momento, já que nunca foi tão barato comprar mídia no Brasil. Invista pesado em projetos com microinfluenciadores. E, se você for um microinfluenciador, reconheça seu valor e comece a cobrar pelo seu trabalho.
Mas cobrar dinheiro pra postar no Instagram?

Pra quem não trabalha com isso, postar uma foto ou vídeo no Instagram pode parecer fácil e bobo demais pra valer dinheiro. Mas pode ter certeza: as pessoas que crescem nas redes sociais, atraem audiência e chamam atenção de marcas não são as pessoas que postam qualquer coisa ali no feed pra valer a permutinha do almoço.
Quem é criador de conteúdo de verdade estuda muito, pesquisa muita referência, gasta tempo e energia com cada foto, gasta dinheiro com equipamentos e investe em produção. Ele pode fazer o trabalho de uma produtora de conteúdo, já que tem habilidades com foto ou vídeo, e o trabalho de um veículo, já que tem a audiência. Em mídias tradicionais, isso valeria muito dinheiro.
[Só uma curiosidade, pra comparar: a propaganda do Banco do Brasil vetada por Bolsonaro (que todo mundo viu) foi produzida pela agência WMcCann e custou R$ 17 milhões. Sim, milhões.]
Claro que pode rolar alguma eventual permuta ou divulgação espontânea, algum produto que você usou e quer indicar mesmo, ou até um presente muito legal que você ganhou que quer mostrar. Mas, nesse caso, nada de ficar divulgando @ e usando hashtag da campanha, né? Isso é trabalhar de graça.
Como construir um projeto rentável nas redes sociais

E eu to falando isso pra dar uma sacudida mesmo em vocês, porque eu sei que tem gente maior que eu, mais conhecida que eu, que topa tudo. Eu sei que é difícil falar não e eu também sofro, já perdi trabalhos legais por isso. Mas também ganhei o respeito de marcas grandes que reconheceram o meu valor e toparam trabalhar comigo. Isso vale mais que qualquer migalha.
E você sempre precisa pensar no longo prazo também. Se você aceita muita permuta agora, é improvável que a marca que viu que você faz de graça te ofereça uma proposta com dinheiro. Vale a pena abrir mão de alguns mimos ou jobinhos que pagam menos pra construir uma trajetória que vai te levar a projetos maiores e mais rentáveis.
Você quer ser aquele influenciador catálogo que toda foto que posta é um publi baratinho que ninguém quer ver ou aquele que entrega conteúdo relevante de verdade, com um ou outro publi eventual que pagou muito bem por isso? Quem você vai se tornar depende do que você topa hoje.
Minha recomendação pra quem realmente precisa da grana dos publis e não tem como falar não é buscar outras fontes de renda além de post no Instagram. Pode ser criar conteúdo só pra uso da marca ou dar consultoria sobre algo que você domina, por exemplo.
O importante é não depender de uma coisa só, pra não perder seu poder de escolha e decisão, que são fundamentais pra você construir um negócio bacana e realmente rentável. Porque número de seguidores e likes são só números de vaidade se você não trata isso como um negócio de verdade. E acredite: é um baita negócio.
Espero que o artigo dê alguns insights para criadores de conteúdo ou profissionais que têm vontade de aprender mais sobre marketing de influenciadores. Se tiverem dúvidas ou sugestões, fiquem à vontade pra comentar abaixo. Nos vemos na semana que vem!
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